domingo, agosto 29, 2004

Atenas 2004

Quanto aos Jogos Olímpicos de Atenas, três desejos para o futuro: que troquem o Gabriel Alves por qualquer um dos comentadores da ginástica rítmica; que a Universidade de Pádua tenha selecção de voleibol feminino; que eu saiba sempre a nacionalidade de um amigo do alheio que me quiser destituir dos meus bens monetários (não vá eu dar-lhe um soco na genitália, fugir e descobrir 9 segundos depois que é nigeriano.) G.F.

E gajas?

Entretanto para responder à pergunta de cariz antropológico “ Atão e gajas?”. Nenhuma. Os melhores amores começam ou recomeçam sempre no Outono. Portanto continuo com a minha obsessão ridícula na demanda de um Amor verdadeiro. Descobrir a tal Princesa. (Uma como a Charlotte Casiraghi vinha mesmo a calhar, acho que ficávamos tão bem um com o outro.) G.F.

Mapas

Ontem voltei de cá. Da nossa terra e de terra nostra. De Portugal e da Galiza. Neste último domingo, dia último de férias, apenas passo ao papel os substantivos próprios apontados entre quilómetros de asfaltos percorridos. Nomes que por si só ilustram belos momentos estivais. Um itinerário de gargalhadas, conversas e silêncios. Muita música. As várias estórias não são para ser contadas aqui mas relembradas num amanhã em rodas de amigos. Ficam então os lugares retornados nossos por onde Agosto me levou num caminho que se fez caminhando ao sabor dos verdes, amarelos e vermelhos dos mapas:
Santa Cruz. Areia Branca. Baleal. Aljezur. Arrifana. Monte Clérigo. Carrapateira. Sagres. Praia da Luz. Galé. Armação de Pêra. Leiria. Aveiro. Porto. Braga. Viana do Castelo. Moledo. Cerveira. La Guarda. Baiona. Vigo. VilaGarcia. Catoira. Boiro. A Pobra do Caraminhal. Santa Uxia da Ribeira. Porto do Son. Noia. Santiago de Compostela. A Corunha. Lugo. Ourense. Valença do Minho. Vila Verde. Vila Real. Guarda. Arrifana. Castelo Branco. Estreito. Sesimbra. Aldeia do Meco. E regressar a Lisboa pela Ponte 25 de Abril num sábado de sol. G.F.

domingo, agosto 08, 2004

evasão

Há uns 5 anos atrás, no lugar onde agora estou a escrever, havia uma cabine de telefone. As filas para telefonar eram enormes e as pessoas chegavam mesmo a conhecer-se nessas esperas. Hoje todos têm telemóvel e a cabine deu lugar a um pequena secretária de pinho, um pc com ligação à internet e a fotografia de um algarvio a puxar um burro, intitulada "cena campestre". Aqui em Aljezur o progresso vai chegando devagarinho como uma maré que sobe, como esse burro teimoso da fotografia. Mesmo com telemovéis as pessoas desligam-nos e continuam a conhecer-se. Agora noutros locais.
Tornamo-nos semelhantes porque passamos férias aqui. Porque a evasão para estes lugares vicentinos une todos os que, mesmo que só por uma noite, dormem ao relento nas praias desertas, sob uma abóboda que em Lisboa deixou de existir.
O cheiro das sardinhas relembra-me que a internet paga-se caro aqui. Destes pequenos cheiros, destas coisas à partida miseráveis que me acordam para estes pequenos momentos espirituais da terra e do mar, vou ter sempre saudade. G.F.

terça-feira, agosto 03, 2004

agosto

Venho para tornar a partir. Num dia de chuva e calor, de papeladas, fotografias "tipo passaporte", correspondência de Itália, dúvidas em relação ao futuro. Sobretudo muita vontade de ir e de encontrar outras respostas, outras verdades. A de sempre será a do regresso aqui. À escrita, aos devaneios, às palavras partilhadas. E depois a certeza que não voltarei fisicamente a estes quartos no final do Verão. Vou partindo, saboreando os últimos dias de solarenga portugalidade. Até regressar fica « proibida toda e qualquer entrada a quem não andar espantado de existir», admitindo-se apenas basbaques. Os de triste figura também. G.F.