"1979 - 2004"; "1980-2004" surgiu-nos no meio de galas e de hermans.
Vejo religiosamente a série "Six feet under", que agora o canal 2 felizmente voltou a transmitir todas as segundas-feiras, pelas 22horas, sem atrasos. Cada episódio começa com a morte de alguém terminando cada caso com imagem em fundo branco de duas simples datas. Nascimento e Morte. A vida resumida em dois ou três nomes próprios e 8 algarismos separados por um traço pequeno.
Ontem a imagem de Feher multiplicou-se nas várias aberturas dos especiais noticiosos. E percebi que nos transtorna também graficamente, a Morte.
Olharmos para 2 frios números e uma fotografia a preto e branco dando-lhes corpo gela-nos. Mais, petrifica-nos quando esses dois números se aproximam tanto das datas visuais a que estamos acostumados. Aproximam-se das nossas datas, das nossas existências tão insignificantes quando nos confontamos com a morte mas tão gloriosas quando daqui a uns dias nos esquecermos, começarmos a fazer humor sobre a tragédia, recometermos os mesmos vícios e abusos.
E se gente tem de continuar, talvez nos resta tentarmos que seja feliz e eterno esse tão pequeno hífen. G.F.
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