quarta-feira, maio 12, 2004

Eurovisão

E lá continuamos a cantar em português nestes certames. Nos tempos em que o país parava para ver o Festival havia o José Cid. Esse sim conseguiu levar-nos ao 3º lugar na Europa. Ele sim é o maior, porque inventou o Rock Progressivo, tem mais de 500 mil sites na net, devia ter aberto a primeira parte dos Rolling Stones, consegue cantar com um olho fechado e outro de vidro e encheu meu coração num dos concertos da minha vida, no Coliseu, o mês passado. Mas este ano estamos perto da espectacularidade e do sex appeal dos outros concorrentes; talvez uma boa classificação. Espero que alguém me avise quando começar a pontuação que é o que gosto mais de ver. Um ponto para Portugal sabe quase tão bem como um golo do Figo.

Mas quem merece a pena que seja referido é esse arauto, esse Gabriel Alves do entretenimento eurovisivo. O Eládio. Ouvir o Eládio Clímaco é receber um bilhete nostálgico. È vislumbrar os nossos Portugueses de maillot verde alface a escorregar de patins para dentro de piscinas. È ter o zunido do “ Atencion, prés, piiiiiiiiiii”. É descobrir que no Chipre há monumentos de uma beleza impar e que o Cartaxo tem um bom vinho. È trautear esse genérico mágico e emocionante “Ta ra ra ran, Ta ra ra ran, Ta ra ra ran, Ta ra ra ran; Ta, Ta ; Ta ra ra ra ran Ta ; Ta ra ra ra ran Ta ; Ta ra ra. Esses tempos em que os jogos ainda não tinham fronteiras. G.F.

P.S. Acabo de escrever este post e descubro que Portugal acaba de ficar com zero pontos. Afinal nem tudo muda.

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